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Apesar dos grandes avanços do backup em disco e em nuvem, o software de backup em fita magnética continua sendo um componente importante de muitas arquiteturas de proteção de dados. A fita magnética oferece vantagens que são difíceis de substituir por qualquer outra tecnologia. Fatores como velocidade de gravação de dados, portabilidade, confiabilidade, facilidade de armazenamento e densidade de dados contribuem para a popularidade contínua das fitas. O Bacula Enterprise suporta bibliotecas de fitas de todos os fornecedores, tamanhos e tipos, além do backup em nuvem e em disco, dando ao cliente total flexibilidade em questão de mídia de armazenamento. Nesse artigo, nós veremos alguns dos passos básicos e observações da configuração para usar a solução de backup do Bacula Enterprise para a maioria das bibliotecas de fita.
Mas, primeiro há um tópico que vale a pena abordamos: os motivos para escolher a fita em vez de outros tipos de armazenamento, como discos. Em seguida, vamos dar uma olhada em algumas da principais vantagens e desafios, tanto de discos, quanto de fitas.
Os discos são um meio de armazenamento bem conhecido, que requer pouca ou nenhuma manutenção e sua escalabilidade é bastante boa no geral. Uma de suas principais vantagens é o tempo de recuperação, permitindo um acesso mais fácil a arquivos específicos a partir de seu backup. Há também todas as vantagens da deduplicação, que é essencialmente a eliminação de todos os dados duplicados a um nível extremamente granular, fazendo com que seus backups ocupem bem menos espaço de armazenamento.
Armazenamento em fita e outros tipos
Porém, existem algumas limitações quando se trata de usar o disco para armazenamento de dados. Por exemplo, um dado que é mantido em discos pode ser mais suscetível à sobregravação ou eliminação acidental, e pode se tornar alvo de vírus específicos. Os discos também podem ser relativamente caros quando se trata de manutenção, já que eles estão sempre “em funcionamento” e podem superaquecer, o que significa que o usuário precisará tanto de um meio de resfriamento, quanto de fornecimento de energia para que todo o sistema funcione corretamente. Ao mesmo tempo, algumas pessoas podem pensar que confiar nos backups em nuvem resolveria esses problemas, porém, os armazenamentos em nuvem muitas vezes usam literalmente os mesmos tipos de disco, a diferença é que eles só fornecem acesso a eles. Ou seja, isso significa que a maioria desses problemas permanece.
É claro que o backup em nuvem tem seus próprios benefícios, e podemos até elencar as grandes vantagens que ele sozinho consegue proporcionar:
- Conveniência, já que os backups em nuvem poderiam ser acessados de qualquer lugar que tivesse conexão com a internet, tornando muito mais fácil para o departamento de TI monitorar e gerenciar todos os tipos de operações de backup e restaur
- Segurança também é um ponto interessante quando se trata de backups em nuvem, já que a existência deles permite que seus usuários evitem todo tipo de restrições de mobilidade, inclusive lockdowns, e também muitas outras.
- Facilidade de uso: os backups em nuvem são muito mais fáceis de configurar e usar em comparação com outras opções, e é até possível automatizar a maior parte do processo de backup, tornando mais fácil para o departamento de TI monitorar tudo.
- As funcionalidades de snapshot também são bastante convenientes neste caso, uma vez que o backup em nuvem como um todo torna muito mais fácil gerar e armazenar snapshots para vários fins.
E então temos a fita magnética, que é um meio de armazenamento relativamente antigo, mas que certamente ainda é suficientemente confiável para ser considerada como uma alternativa de armazenamento adequada. Uma das maiores vantagens da fita é sua capacidade: o padrão LTO-8 permite até 30 TB de dados por unidade de fita (e o futuro padrão LTO-12 promete atingir a capacidade total de até 480 TB por fita).
LTO (Linear Tape Open) é uma tecnologia de armazenamento de dados considerada uma das mais populares no mercado de fitas. Ela tem a maior capacidade de armazenamento potencial em comparação com outros formatos, bem como uma capacidade de compressão ainda maior. O backup em fita LTO é talvez a melhor tecnologia de fita em formato aberto que existe quando se trata de armazenar uma grande variedade de conteúdo.
A geração atual da LTO é a LTO-9, lançada em setembro de 2021 e que oferece até 18 Terabytes de capacidade de dados brutos, sendo a capacidade comprimida ainda maior: até 45 Terabytes. Há também mais três gerações a serem esperadas em um futuro próximo, com a perspectiva de até 144 Terabytes de dados brutos e 360 Terabytes de dados comprimidos com a LTO-12.
A capacidade de armazenamento não é o único parâmetro que muda e melhora a cada geração LTO. De fato, vários recursos adicionais vão sendo acrescentados, tais como capacidades WORM sendo acrescentadas desde LTO-3, capacidades de criptografia desde a LTO-4, capacidades LTFS desde a LTO-5, bem como o número de partições (de 1 na LTO-1 a 4 desde a LTO-6).
No entanto, isso não quer dizer que a LTO seja a única opção real. Há pelo menos quatro outros formatos de fitas que têm suas próprias vantagens e limitações. Por exemplo, há também a AIT (Advanced Intelligent Tape), um formato de armazenamento de dados que foi desenvolvido pela gigante tecnológica Sony. Esse formato também é de uso geral, assim como a LTO, mas oferece parâmetros de armazenamento ligeiramente diferentes. Por exemplo, a AIT gen 5 tem 24 MB por segundo de taxas de transferência de dados e pode manter até 400 Gigabytes de dados.
Falando de propósito geral, há também um formato de fita feito especificamente para backups de computadores pessoais: o QIC (Quarter Inch Cartridge). Esse é um formato de fita magnética com uma capacidade possível de até 25 Gigabytes. Em relação às tecnologias de armazenamento de fita para finalidades específicas, também podemos mencionar O DAT (Digital Audio Tape), que é um meio de armazenamento de fita destinado principalmente para fins de armazenamento de áudio. O DAT pode ter até 80 Gigabytes de capacidade de armazenamento em uma fita que pode ter de 60 a 180 metros de comprimento.
O último, mas não o menos importante, participante dessa lista é outro formato de armazenamento de fita relativamente popular: o DLT (Digital Linear Tape). Esse é muito provavelmente o segundo formato de fita mais popular no mercado depois da LTO, oferecendo dados escritos em 208 ou 128 tracks lineares. Sua capacidade de armazenamento é de até 70 Gigabytes por unidade, com sua mais nova versão SuperDLT suportando até 300 Gigabytes de armazenamento.
O preço de uma fita de backup é também outro ponto importante. A fita é considerada uma das opções mais baratas quando se trata de armazenamento de dados a longo prazo. Ela também é usada em alguns serviços de nuvem, e sua pbackupção externa em geral permite que os dados escapem de um desastre natural ou de algum outro tipo de ocorrência que possa ser prejudicial.
A complexidade é também algo que pode ser relevante para os backups em fita. O processo inteiro pode, às vezes, exigir vigilância constante, planejamento minucioso de todo o processo, assim como o uso de algo chamado “esquema de rotação de backups”.
Em alguns casos, talvez você precise de um novo cartucho de fita para cada ciclo de backup. Também é possível reutilizar os cartuchos de backups anteriores, o que possibilita uma abordagem muito mais econômica como um todo. De maneira geral, é possível separar três esquemas principais de rotação de backups em fita:
- Esquema GFS. A opção mais confiável dentre as três, o esquema “Avô-Pai-Filho” (do inglês, Grandfather-Father-Son) também é o esquema de rotação de backup mais popular. Ele depende da manutenção de múltiplos níveis de backups, desde backups diários até semanais e mensais. Uma potencial questão dessa abordagem é que ela é provavelmente a menos econômica, exigindo mais fita magnética para ser executada corretamente e, portanto, gerando um custo de manutenção mais alto para a empresa em questão.
- Torre de Hanói. Um esquema de rotação de backup que funciona como uma espécie de meio-termo entre os mais caros e os mais acessíveis, a Torre de Hanói é mais recomendada para pequenas ou médias empresas com volumes de dados relativamente pequenos. Embora custe menos do que o esquema GFS, sua implementação é bastante complicada, gerando uma grande possibilidade de erro na troca dos cartuchos de fita. Além disso, esse esquema de rotação tem a exigência de um backup completo para cada uma de suas sessões, tornando todo o processo bastante longo e intensivo em termos de armazenamento.
- Esquema de cinco fitas. A opção mais econômica dentre as três, o esquema de rotação de cinco fitas é recomendado para negócios menores que não têm a exigência de arquivamento de informações desatualizadas. Ele funciona segundo um princípio relativamente simples de reutilização dos cartuchos de fita a cada semana, mantendo um cartucho de fita para cada dia útil da semana. Vale notar que, para que esse esquema de rotação funcione, o volume diário de dados da empresa não deve exceder a capacidade de um único cartucho de fita magnética.
Condições de conservação adequadas permitirão que a fita permaneça funcional por muito tempo, sem causar danos aos dados em questão. A duração geral da vida útil da fita é de cerca de 30 anos. Há também a natureza dos backups em fita: eles não são “conectados”, assim que o backup é feito. O dispositivo em si fica offline, e isso protege os dados de possíveis ciberataques e coisas do tipo.
Infelizmente, a fita também não é perfeita. De fato, ela requer condições específicas para evitar a deterioração dos dados, os tempos gerais de recuperação são muito maiores do que a maioria das alternativas por causa da necessidade de levar fisicamente a fita para o seu ambiente de trabalho, e a navegação dentro desses dados tem mais limitações do que o disco. Mesmo com os desenvolvimentos mais recentes, tais como os sistemas de arquivos de fita linear (LTFS), ela ainda não chega nem perto da velocidade de busca em disco.
A fita é também propensa a uma série de problemas, inclusive uso da mídia de fita incorreta, backups inválidos, e assim por diante. Por exemplo, usar uma mídia de fita não preparada ou não reconhecida é um erro surpreendentemente comum nessa área, embora o software de backup em fita deva conseguir notificar seu usuário se ele conseguir localizar um ou mais cartuchos. Tudo isso é possível graças a um código de barras único que cada cartucho de fita possui.
Os backups inválidos são também um fator importante quando se trata de erros comuns do backup em fita. Existe o risco real de criar um backup incorreto ou inválido sem saber que ele está lá, e é por isso que é tão importante fazer verificações regulares de erros, assim como um processo regular de verificação de backup, restaurações testes e um backup completo (pelo menos uma vez por mês), tudo isso para minimizar o potencial dano de perder alguns, se não todos, os seus dados primários.
Por falar em teste: o teste do backup em fita como um todo é impopular, tanto que aproximadamente 34% das empresas não testaram seus backups em fita, e cerca de 77% das que testaram, encontraram algum tipo de problema relacionado à fita (fonte).
Apesar de suas limitações, a fita continua sendo considerada um dos tipos de armazenamento mais convenientes quando se trata de armazenamento de dados a longo prazo, e nesse aspecto, a fita prevalece sobre a maioria das alternativas.
Backup em fita: conceitos e benefícios errados
O Bacula Enterprise Storage Daemon é o componente que gerencia a leitura e a gravação dos diversos dispositivos de armazenamento suportados pelo Bacula. O backup em fita é gerenciado em parte por ferramentas nativas do Linux e, portanto, os dispositivos suportados seguem em grande parte o suporte no kernel do Linux. Para mais informações sobre se uma biblioteca ou unidade de fita específica é ou não suportada pelo Bacula Enterprise, você pode entrar em contato com o suporte da Bacula Systems. Entretanto, a maioria das bibliotecas de fitas disponíveis no mercado, e os drives que são suportados pelo kernel do Linux, são suportados pelo Bacula.
Há alguns equívocos bem comuns em relação a fita magnética. Vamos dar uma olhada nos mais populares:
O backup em fita está morto. A única coisa que está morta em relação a fita como meio de backup, é o marketing em torno dela! Muitas empresas ainda usam a fita magnética em seus sistemas de backup. A falta de compreensão geral da tecnologia por trás da fita como um tipo de armazenamento, impede as pessoas de perceberem os possíveis benefícios do uso dela como um meio de armazenamento de backup. A culpa parcial por isso pode ser atribuída aos fornecedores de fita, que fazem pouco para informar as pessoas em relação a rumores negativos e equivocados.
A fita, como meio de armazenamento, pode ser substituída. Existem benefícios específicos da fita magnética que muitas vezes, nenhum outro tipo de armazenamento pode combinar tão facilmente. A alta capacidade é uma delas. Manter grandes quantidades de dados em fita é consideravelmente mais barato do que usar qualquer outro meio. Para fins de compliance, muitas empresas preferem adotar a fita em vez da nuvem para armazenar seus dados de forma intacta e externa. E as capacidades offline das fitas permitem que elas fiquem naturalmente protegidas da maior parte das ameaças cibernéticas da era moderna. Elas também exigem menos energia e geram menos calor do que outros tipos de armazenamento, como os discos.
A fita é ineficaz como armazenamento. É verdade que a fita tem suas limitações, mas ela é perfeita para fins de armazenamento externo de dados e desempenha muito bem seu papel na retenção de dados a longo prazo. Há uma estratégia de backup bem conhecida que é chamada de regra 3-2-1. No caso, você deve manter 3 cópias diferentes de seus dados armazenados dentro de pelo menos 2 tipos diferentes de armazenamento, e pelo menos 1 cópia deve ser mantida externamente. Nesse contexto, os backups em fita são um meio perfeito para desempenhar um papel nessa estratégia, já que sua capacidade de armazenamento é enorme e, quando usada como armazenamento offline, se torna quase impenetrável para as ameaças cibernéticas modernas.
A fita como tecnologia de armazenamento de dados é antiga e desatualizada. Vale a pena lembrar que a fita é, basicamente, o único meio de armazenamento que se manteve estável desde que foi criada, com bem menos subidas ou descidas de popularidade, assim como aconteceu com os armazenamentos em disco ou em nuvem.
Não há futuro para os backups em fita. Devido à reputação da fita como um tipo de armazenamento “morto”, muita gente pensa que ela não está evoluindo e que não tem futuro. Porém, isso não é verdade. Mais de 80% das empresas modernas de diferentes tamanhos usam o backup em fita como um de seus meios de armazenamento de dados. Mais do que isso, os últimos anos demonstraram um aumento dessa tecnologia no geral, e os fabricantes de fita estão fazendo o melhor que podem para melhorá-la como meio de armazenamento geral, incluindo não apenas a capacidade, mas também a criptografia de dados dentro da fita, a partição de dados para diminuir a complexidade geral do backup, e outras tecnologias de otimização.
Algumas pessoas podem questionar os motivos para usar a fita, quando parece que muitas pessoas estão se afastando do armazenamento físico e indo em direção a nuvem. Porém, existem várias razões para utilizar a fita:
- Durabilidade – como mencionado anteriormente, com o devido cuidado, a fita magnética é capaz de armazenar dados por cerca de 30 anos, o que é uma quantidade significativa de tempo em geral, e tudo isso sem qualquer manutenção regular. Isso deixa a maioria dos HDDs, SSDs e outros meios de armazenamento muito para trás.
- Segurança – formatos modernos de fita como o LTO-Ultrium oferecem criptografia de dados para assegurar o cumprimento de todos os tipos de leis e padrões quando se trata de segurança de dados. Saber onde sua fita de backup é fisicamente armazenada também é considerado uma grande vantagem quando se trata da exigência de controle físico sobre os dados de uma empresa.
- Portabilidade – apesar de sua capacidade em geral, a fita é geralmente bastante fácil de armazenar, especialmente quando comparada a sistemas de nuvem ou discos rígidos de qualquer tipo.
- Preços de conversão – algumas empresas mais antigas não têm o capital necessário para realizar a migração para algum outro meio de armazenamento de dados, ou para incluir outro além da fita. Conversões completas de armazenamento de dados geralmente requerem uma quantidade incrível de esforço e financiamento, além de todo o trabalho de mudança nas políticas, e isso é motivo suficiente para as empresas continuarem usando a fita.
- Compliance – algumas organizações acham mais fácil usar a fita magnética como forma de cumprir as leis e obrigações, como alguns bancos e instituições legais.
Fornecedores de software de backup em fita
O backup em fita é suportado por muitos fornecedores de software de backup, mesmo que isso não fique tão claro à primeira vista. Na lista abaixo, você pode ver 8 exemplos diferentes de fornecedores que disponibilizam operações de backup e restauração em fita:
Commvault
Essa é uma solução de backup bastante popular que também suporta backup em fita, incluindo operações de descoberta de fita, carregamento/descarregamento de fita, eliminação de fita, e assim por diante. Além disso, dois dos recursos próprios do Commvault podem ser aplicadas aos backups em fita: o Export Media, que permite remover fisicamente a mídia do armazenamento em fita, e o Vault Tracker, que permite gerenciar a mídia armazenada em locais externos (que é o caso de uso primário para os backups em fita em geral).
Arcserve
A Arcserve é uma solução de proteção de dados que oferece vários planos diferentes a seus clientes, sendo cada plano mais adequado para um público alvo específico. Sua solução de backup em fita é mais adequada para data centers, oferecendo vários recursos diferentes para compensar alguns dos problemas comuns da fita. Como tal, a Arcserve fornece relatórios centralizados (SRM), recuperação granular para múltiplas instâncias diferentes, capacidades de restauração inteligente, e atende aos requisitos de várias táticas específicas de backup, tais como D2D2T, D2D2C, VTL, etc.
Veeam
Outro exemplo de uma conhecida plataforma de backup no mercado que também funciona como um software de backup em fita. As funcionalidades do Veeam quando se trata de backup em fita, incluem a capacidade de criar um backup de tudo a partir dos servidores Windows, dos servidores Linux, assim como dos dispositivos NDMP e NAS. Ele suporta backups completos e incrementais, e possui tarefas específicas de “backup para fita” que oferecem mais opções para a fita como armazenamento alvo para os backups.
BackupAssist
O BackupAssist faz jus ao seu nome, oferecendo uma solução abrangente de backup para Windows Server, Microsoft 365 e para ambientes de home office. Seu pacote BackupAssist Classic oferece uma infinidade de recursos para a proteção de dados, e é também a única opção que suporta o backup em fita. O BackupAssist tem uma lista bastante impressionante de recursos quando se trata de backup em fita para servidor, tais como criptografia de dados (AES-256), rotulagem de fita, suporte para backup completo/incremental/diferencial, compressão de dados, instalação/gerenciamento rápido e fácil, múltiplos métodos de notificação, e muito mais.
NovaStor
Indo em direção a soluções de backup menores, a NovaStor oferece uma solução de backup abrangente com um conjunto de recursos impressionantes. Ela suporta cargas de trabalho do Windows, Linux e VMs, e consegue operar com SharePoint, Active Directory, MS Exchange, assim como outros aplicativos. Ela também possui vários recursos dignos de uma grande solução de backup em fita para servidor, tais como bibliotecas de fita virtual, suporte para armazenamento em nuvem com vários provedores, deduplicação, compartilhamento dinâmico do drive de fita, e assim por diante.
Iperius Backup
Também podemos encontrar muitos recursos específicos para fita no Iperius Backup: uma solução de backup para bancos de dados, máquinas virtuais, e outras cargas de trabalho. Em relação aos recursos para fita que o Iperius Backup pode oferecer, há imagens de unidade, criptografia de dados, suporte para VSS (Volume Shadow Copy), suporte para todas as diferentes variações de unidade de fita (backup em fita LTO, assim como DLT, AIT, DAT e mais), e restauração granular. Ele também pode fazer backup em vários locais de fita ao mesmo tempo, automatizar alguns de seus recursos e verificar e/ou ejetar automaticamente os cartuchos de fita.
EaseUS Todo Backup
O EaseUS é uma família inteira de produtos que oferece vários softwares diferentes para o gerenciamento de partições, recuperação de dados, transferência de dados e, é claro, backups. O EaseUS Todo Backup é uma solução versátil que tem uma série de recursos úteis relacionados a backups, incluindo backup em fita e local, e também backups incrementais, operações de backup/recuperação com um clique, agendamento extensivo, e muitos outros recursos tanto para usuários comuns, quanto para empresas.
Bacula Enterprise
O último, mas não menos importante, exemplo dessa lista é o Bacula Enterprise: uma solução de backup multifuncional que suporta uma infinidade de diferentes tipos de armazenamento e técnicas de backup com a ajuda de seu sistema modular.
O Bacula Enterprise oferece uma arquitetura modular altamente segura, que o coloca no mais alto escalão de soluções no que se refere a seus níveis de segurança. Ser especialmente compatível com a tecnologia de armazenamento em fita é parte dessa arquitetura de segurança, para os usuários que têm esse tipo de armazenamento como parte de sua estratégia de segurança. O Bacula também tem alguns recursos avançados relacionadas à fita:
- Volumes rotulados, evitando a sobregravação acidental (pelo menos por parte do Bacula). O Bacula Enterprise também suporta os rótulos de fita IBM /ANSI, que são reconhecidos por muitos softwares corporativos de gerenciamento de fita.
- Spooling de dados em disco durante o backup, com posterior gravação em fita dos arquivos no disco spoolled. Isso impede que a fita fique danificada durante os backups incrementais/diferenciais.
- Suporte para os códigos de barras do autochanger; rotulagem automática em fita a partir de códigos de barras.
- Suporte automático para múltiplas magazines de autochanger, usando códigos de barras ou lendo as fitas.
Esses são alguns exemplos de bibliotecas de fitas e autoloaders que são conhecidos por funcionarem com o software de backup em fitas do Bacula Enterprise:
- DELL PowerVault TL4000
- Qualstar RLS-8450
- StorageTek L180
- Oracle StorageTek SL500
- Oracle StorageTek SL3000
Vamos falar mais sobre as especificações exatas de como o Bacula Enterprise Storage Daemon lida com as fitas logo a seguir.
Backup em fita com o Bacula Enterprise
Embora a maioria das unidades de backup e recuperação em fita funcione com muito pouca configuração, há algumas coisas importantes que devem ser levadas em consideração para se ter o melhor desempenho e confiabilidade possíveis. O Bacula Enterprise tem uma interface web, o BWeb, que simplifica muito a configuração e fornece padrões sensatos. Além do mais, é bom ter uma compreensão melhor do que está acontecendo por baixo dos arquivos de configuração. Para ter uma ideia de como o BWeb gerencia a criação e configuração de autochangers, veja o vídeo a seguir:
Esse vídeo explica a instalação de um disco deduplicador de autochanger, mas o mesmo assistente e processo são usados para instalar dispositivos de fita. As informações a seguir devem ajudar você a tirar quaisquer dúvidas sobre a instalação de um autochanger de fita, ou permitir que você realize esse processo sem a ajuda do BWeb.
Por padrão, o Bacula Enterprise é instalado com uma série de configurações de exemplo. Vamos pegar um desses exemplos e personalizá-lo um pouco para deixá-lo mais próximo da realidade. O exemplo que vamos usar é o do autochanger de fita um (porque o Bacula Enterprise usa a palavra “autochanger” para descrever a biblioteca de fitas como um todo).
# An autochanger device with two drives
#
#Autochanger {
# Name = Autochanger
# Device = Drive-1
# Device = Drive-2
# Changer Command = “/opt/bacula/scripts/mtx-changer %c %o %S %a %d”
# Changer Device = /dev/sg0
#}
#Device {
# Name = Drive-1 #
# Drive Index = 0
# Media Type = DLT-8000
# Archive Device = /dev/nst0
# AutomaticMount = yes; # when device opened, read it
# AlwaysOpen = yes;
# RemovableMedia = yes;
# RandomAccess = no;
# AutoChanger = yes
# #
# # New alert command in Bacula Enterprise 8.8.0
# # Note: you must have the sg3_utils (rpms) or the
# # sg3-utils (deb) installed on your system.
# # and you must set the correct control device that
# # corresponds to the Archive Device
# Control Device = /dev/sg?? # must be SCSI ctl for /dev/nst0
# Alert Command = “/opt/bacula/scripts/tapealert %l”
#
# #
# # Enable the Alert command only if you have the mtx package loaded
# # Note, apparently on some systems, tapeinfo resets the SCSI controller
# # thus if you turn this on, make sure it does not reset your SCSI
# # controller. I have never had any problems, and smartctl does
# # not seem to cause such problems.
# #
# Alert Command = “sh -c ‘tapeinfo -f %c |grep TapeAlert|cat'”
# If you have smartctl, enable this, it has more info than tapeinfo
# Alert Command = “sh -c ‘smartctl -H -l error %c'”
#}
#Device {
# Name = Drive-2 #
# Drive Index = 1
# Media Type = DLT-8000
# Archive Device = /dev/nst1
# AutomaticMount = yes; # when device opened, read it
# AlwaysOpen = yes;
# RemovableMedia = yes;
# RandomAccess = no;
# AutoChanger = yes
# # Enable the Alert command only if you have the mtx package loaded
# Alert Command = “sh -c ‘tapeinfo -f %c |grep TapeAlert|cat'”
# If you have smartctl, enable this, it has more info than tapeinfo
# Alert Command = “sh -c ‘smartctl -H -l error %c'”
#}
Vamos analisar isso. Para fazer uma melhor configuração, precisamos fazer apenas algumas mudanças. A primeira delas será mudar o nome do autochanger no início de um comando, para assim evitar confusões no futuro. Os nomes dos dispositivos aqui também podem mudar em correspondência, pois são apenas referências aos recursos do dispositivo que veremos a seguir. Em seguida, é melhor usar o nome do dispositivo udev em vez do caminho ‘/dev/sgX’, pois esse nome nunca mudará em uma reinicialização. Então isso vai ficar assim: ‘/dev/tape/by-id/scsi-xxxxxxxxxx’. O comando changer geralmente não precisa mudar, e você pode acessar o script em ‘/opt/bacula/scripts/’ se quiser ver como ele funciona. Portanto, o exemplo abaixo está mais próximo de uma configuração real:
# An autochanger device with two drives
#
#Autochanger {
# Name = HPLTOLib1
# Device = HPLTOLib1-Drive-1
# Device = HPLTOLib1-Drive-2
# Changer Command = “/opt/bacula/scripts/mtx-changer %c %o %S %a %d”
# Changer Device = /dev/tape/by-id/scsi-xxxxxxxxxxxx
#}
Agora, vamos dar uma olhada nos dispositivos de fita. Assim como o autochanger, vamos renomear os dispositivos para que fique claro qual é o dispositivo que os “possui”. Nesse caso, os nomes devem corresponder aos nomes na configuração do autochanger. Também vamos usar os nomes persistentes do udev, como você pode ver a seguir. O índice de unidade também é importante, pois quando o mtx-changer emite um comando como “load tape x into drive y”, ele usa o índice de unidade desse dispositivo para determinar para onde a fita irá. Portanto, ele deve corresponder ao que a própria biblioteca entende como sendo a numeração da unidade. Normalmente começa com a unidade 0.
O “tipo de mídia”, ou Media Type, é uma designação arbitrária dada a dispositivos dentro de uma biblioteca de fitas para dizer ao Bacula quais dispositivos podem ser chamados para operar determinadas fitas. As fitas também são rotuladas com um tipo de mídia. Isso significa que, por exemplo, se você tem duas unidades de fita LTO-7 na biblioteca A, e duas na biblioteca B, talvez seja melhor determinar tipos diferentes de mídia para elas para que o Bacula não peça uma montagem da biblioteca A para a biblioteca B. Então, nesse caso, nós vamos mudar o tipo de mídia para autochanger.
“Sempre aberto”, ou Always Open, significa que o Bacula não rebobinará a fita depois de cada sessão de gravação, mas deixará a unidade pronta para o próximo append. A “montagem automática”, ou Automatic Mount, significa exatamente o que parece: o Bacula montará e usará os dispositivos de fita sem a intervenção do usuário. A “mídia removível”, ou Removable Media, diz ao Bacula que a mídia pode não estar sempre disponível no autochanger e muda o comportamento quando uma nova fita é necessária. O “acesso aleatório”, ou Random Access, é definido para “no”, pois as fitas são lidas e gravadas de maneira linear e, por fim, o Bacula precisa saber que o dispositivo é um membro de um autochanger. O Bacula Enterprise também pode usar os pacotes sg3-utils para enviar alertas de fita e comandos de monitoramento, e alertar você se um drive estiver mostrando erros. Portanto, a configuração abaixo é muito boa, e pode ser copiada para o segundo drive com apenas uma mudança no nome, índice do drive, e dispositivo de arquivo.
#Device {
# Name = HPLTOLib1-Drive-1 #
# Drive Index = 0
# Media Type = HPLTOLib1-LTO-7
# Archive Device = /dev/tape/by-id/scsi-xxxxxxx-nst
# AutomaticMount = yes; # when device opened, read it
# AlwaysOpen = yes;
# RemovableMedia = yes;
# RandomAccess = no;
# AutoChanger = yes
# Maximum Block Size = xxxxxxxx
# Maximum File Size = xxx
# #
# # New alert command in Bacula Enterprise 8.8.0
# # Note: you must have the sg3_utils (rpms) or the
# # sg3-utils (deb) installed on your system.
# # and you must set the correct control device that
# # corresponds to the Archive Device
# Control Device = /dev/sg?? # must be SCSI ctl for /dev/nst0
# Alert Command = “/opt/bacula/scripts/tapealert %l”
#
Com o que acabamos de ver acima, poderíamos muito provavelmente ter uma configuração de trabalho que pudesse carregar, descarregar, ler e gravar volumes. Quais são os próximos passos? Primeiro, há uma ferramenta de linha de comando chamada “btape” que deve ser executada antes de colocar qualquer coisa em produção. Porém, tenha em mente que a btape destruirá qualquer dado de um volume, sendo assim, use uma fita em branco! No btape, existem comandos para testar o autochanger, testar a gravação de uma fita completa e se certificar de que ela possa ser lida, assim como ferramentas de teste de desempenho. Uma execução bem-sucedida do “teste com o btape” para cada dispositivo, e “passar o btape no autochanger” são coisas que devem ser consideradas uma exigência mínima.
Finalmente, para o desempenho, o “tamanho máximo do bloco”, ou maximum block size, e o “tamanho máximo do arquivo”, ou maximum file size, devem ser definidos para cada dispositivo. Os valores que produzirão o melhor desempenho dependem principalmente da tecnologia da unidade de fita. Padrões sensatos são estabelecidos pelo BWeb, ou podem ser fornecidos pelo Suporte da Bacula Systems. Os tamanhos dos blocos geralmente variam entre 64-512k, e o tamanho do arquivo entre 1-5GB. O ideal é obter as recomendações atuais do Suporte da Bacula Systems quando possível, e depois aplicá-las e testá-las usando o teste de velocidade do btape. Observe que os tamanhos dos blocos não podem ser mudados facilmente uma vez em produção, portanto, tire o tempo necessário para testá-los antes.
Conclusão
Espero que essa tenha sido uma visão geral útil de como montar um software de backup em fita com o Bacula. Como sempre, o manual do Bacula tem informações detalhadas sobre cada opção de configuração, além de mais exemplos de configurações. Para clientes do Bacula Enterprise, não hesite em contatar o suporte caso tenha dúvidas durante a configuração dos dispositivos de fita.